
Milhões de brasileiros vão às urnas, hoje, com a democrática missão de decidir o futuro do país. Em jogo estão os cargos de presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador de 27 unidades da Federação, senadores, deputados federais, deputados estaduais e deputados distritais. Nunca o eleitor brasileiro havia chegado ao dia das eleições tão convicto sobre em quem votar para presidente da República.
Na disputa mais polarizada e tensa do período pós-ditadura militar, 156.454.011 pessoas estão aptas a decidir, ao longo deste domingo, se haverá ou não segundo turno para escolha do novo presidente da República e dos 27 governadores de estado. Também vão definir a nova formação do Congresso, com a renovação das 513 vagas na Câmara dos Deputados, e de um terço (27 cadeiras) do Senado Federal. Ainda estão em jogo 1.035 vagas de deputado estadual e 24 de deputado distrital (apenas no DF). As informações são do Correio Braziliense.
A eleição de hoje guarda particularidades que a difere dos últimos pleitos. A primeira é o horário de votação que, neste ano, será unificado pela hora oficial de Brasília. Assim, as urnas ficarão abertas das 8h às 17h na capital do país e em 20 estados que seguem o fuso horário da capital; das 9h às 18h em Fernando de Noronha ( 1 hora); das 7h às 16h em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e em 51 municípios do Amazonas (-1 hora); e das 6h às 15h no Acre e em 11 cidades amazonenses (-2 horas). Assim, a totalização dos votos começará de forma simultânea em todo o país logo após o encerramento da votação.
Polarização até o fim
A se confirmar o que as pesquisas de intenção de voto têm indicado desde agosto, quando a campanha oficial começou, apenas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL), têm chances de vitória. A chamada terceira via, representada por Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D’Ávila (Novo), não conseguiu convencer o eleitor de que poderia ser uma alternativa viável à polarização. Os demais candidatos — Padre Kelmon (PTB), Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU), Leonardo Péricles (UP) e Constituinte Eymael (DC) — sequer atingem 1% na média de todas as pesquisas.
As últimas pesquisas dos principais institutos antes do pleito, divulgadas ontem, ratificam uma inédita estabilidade que se mantém desde o início da campanha. Considerando apenas os votos válidos (sem brancos, nulos e indecisos), o Ipec aponta vitória de Lula com 51% da preferência do eleitorado (queda de 1 ponto percentual em relação à pesquisa de 27 de setembro), seguido por Bolsonaro, com 37% (crescimento de 3 pontos percentuais). Na disputa particular pela terceira colocação, Ciro e Tebet aparecem empatados com 5%.
No Datafolha, os números apurados são semelhantes. Lula venceria Bolsonaro por 50% a 36%, exatamente os mesmos percentuais da pesquisa anterior. A novidade é a inversão de posições entre Ciro e Tebet. A senadora do MDB subiu 1 ponto percentual, para 6%, e ultrapassou Ciro, que caiu 1 ponto, passando para o quarto lugar, com 5% das intenções de voto. Como a margem de erro é de 2 pontos percentuais nas duas pesquisas, Lula aparece com chances de vencer em primeiro turno, mas é impossível apontar se o presidente da República será conhecido hoje ou no dia 30, data do segundo turno.
Outro fato singular apontado pelos institutos é a quantidade de eleitores convictos do voto que darão hoje. Mais de 90% dos entrevistados declararam que não só já sabem em quem votar como não admitem trocar de candidato na última hora. Eleitores como o servidor aposentado Joaquim Rodrigues, de 56 anos, o engenheiro civil Guilherme Guaraná, 28, ou os estudantes Pedro Merheb, 23, e Celiany Moura, 23. Nenhum deles tem dúvidas sobre em quem votar.
“Não confio em candidatos que se intitulam salvadores da pátria. O salvador da pátria é o povo brasileiro, que luta todos os dias”, disse Celiany, ao justificar sua escolha. “Tenho princípios e valores muito sólidos”, afirmou Guilherme. Nenhum deles admite deixar de comparecer às urnas, hoje (você confere na página 6 em quem os quatro vão votar para presidente).
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